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Mostrando postagens de março, 2017

Onan versus Tamar

Mural Cena de amor em Pompeia   Entre dois ovos, Onan apela desfrutar Theresa, saca com presteza seu cajado e bolas tira de bom grado. Mas Tamar, deseja preservar a geração quer a tradição, da roupa e do afago, começa o jogo: pálpebras se expandem, se contraem, quando não se dorme. Comprime, tua amante, as duas argolas em botão para que caibam sempre no oco de tua mão. A cada noite, a cada dia, mais escorregadias do que pombas-rola na primavera, dos encontros, dos pontos fica perdido e desmedido o poema jogado com o cajado fatigado os teus seios arregalados olham o quanto estás exausto, debilitado, consumido, pálido então Onan fez, de enamorado. Como Priapo, ergue teu rolo cilíndrico apoia a coroa de uvas na curva plana fixa: pedaços de palha ardendo na barra do sideromante, por peludo no côncavo veludo, pelota cuspida bem fora da grota.

Pedras nos andaimes do plano

Carreiras sindicais, políticas e o prazer do poder aparente costumam ser prioritários Desde o início da década constatei que se fizeram mais poetas e escritores do que leitores. Vivemos um momento de vazio, de relacionamentos líquidos efêmeros, de pura empolgação envolta pela fogueira do sucesso rápido, a qualquer custo, badalação e narcisismo. Sinto que os jovens que ingressam na literatura estão afobados, ansiosos e criam expectativas. Como na passagem do mundo adolescente para o adulto. Certa vez, escrevi: “Eles querem respostas não só literárias, mas respostas para as suas vidas.” Com relação aos escritores, acredito que há uma mudança qualitativa. São pessoas que entraram há pouco tempo no contexto literário de formação variada e uma parcela de aposentados, mas que não têm intimidade com a literatura, familiaridade com as palavras, o ritmo, a fluência e sem bagagem. Estão atendendo a um chamado interior, uma vontade de escrever. P

Descentralizar a cultura

Ilustração de Allalen Um produto de qualidade vendável amoldado ao século 21   Não se pode discutir um sentido histórico da literatura de Presidente Prudente, porque não há este sentido. Nossas atitudes são a-históricas. O quê se tem que discutir é a urgência de se fundar um tempo histórico entre nós. Quando uma cidade que se intitula “capital da alta sorocabana” não tem um Plano Municipal de Cultura (PMC), qual o efeito real disso às gerações atual e futura, à economia, ao turismo e à identidade, diante do peso maior de outras carências. Isto, se olhar a cultura como um produto que muda constantemente e, exige sincronia com as tendências de mercado e das novas tecnologias digitais do século 21. Pela falta de tradição cultural decorrente do fator marcante em privilegiar o que é lançado em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, seria, o “top” de qualidade e novidade, a formação da população, amparada por uma cultura agropecuária, religiosa

Livros recebidos

Poesia RUMINAR Rumiar David de Medeiros Leite Editora Sarau das Letras Ltda. Edição Bilíngue - Português e Espanhol Tradução de Alfredo Pérez Alencart 80 Páginas Natal - Rio Grande do Norte 2015   É extremo o poder transformador da poesia. Por seu intermédio, o imaginário ganha foros de realidade, enquanto ao universo concreto se permite a transfiguração em imagens, tudo pelo transe do poeta, mensageiro do encanto e do estranhamento que se estabelecem entre obra e leitor. Em Ruminar , David de Medeiros Leite dá voz aos corpos simultaneamente magníficos e frágeis de bovinos e a seus guardiões – exercício ousado e reorganizador de memórias e percepções do mundo, em tudo o que contém de belo ou terrível. Com sutileza, a precariedade do destino e as naturais intercorrências são inscritas em poemas que agradam aos olhos e exigem reflexão. Alberto Bresciani CONDUTOR DE TEMPESTADES L