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Mostrando postagens de abril, 2016

Kame II

A tartaruga nada sete mil primaveras blindada. Lenta resiste no mais profundo mar.

Cacos da memória

Alerta sobre a preservação da memória física de Presidente Prudente “Eu vejo o futuro repetir o passado / Eu vejo um museu de grandes novidades” ( O tempo não pára, Cazuza ) “Pras pessoas de alma bem pequena / Remoendo pequenos problemas / Querendo sempre aquilo que não têm / Pra quem vê a luz / Mas não ilumina suas minicertezas / Vive contando dinheiro / E não muda quando é lua cheia / Pra quem não sabe amar / Fica esperando / Alguém que caiba no seu sonho / Como varizes que vão aumentando / (...) Vamos pedir piedade / Senhor, piedade / Pra essa gente careta e covarde (...) Lhes dê grandeza e um pouco de coragem.” ( Blues da Piedade, Cazuza )                      No início dos anos 90, ocorre o fenômeno da propaganda e marketing no País e em Presidente Prudente, começam a brotar agências de propaganda mais profissionais, mais estruturadas e produzem anúncios criativos, com destaque na sincronia entre a persuasão fluindo no te

Kame I

Velha tartaruga endurecida, dorme entre as outras pedras.

Imagens estilhaçadas do tempo

Capa do boletim Soro, número 4, de 1991 Seu projeto estético e temático envolvia as questões mais inquietantes sobre o uso da linguagem como subversão de visões de mundo                         Sem o álibi da censura e do fechamento repressivo que a geração 70 experimentou, a literatura das décadas de 80 e 90, a depender da conjunção dos astros, também tende a se repensar. Por enquanto, o que é absolutamente legítimo e merecido, experimentam-se as emoções e as surpresas que as brechas conquistadas da abertura do ex-presidente João Batista Figueiredo oferece. A história vai sendo revista com o desejo vivo de avaliar experiências, de discutir essa realidade - que teve lá seus momentos de prosa e poesia terríveis - do Brasil dos últimos anos.             Um traço parece dominar o panorama literário do momento: o desenvolvimento e, até mesmo, a inflação do conto. E os bons trabalhos de Luiz Vilela, Lygia Fagundes Telles, Márcia Denser

Convite recebido

            Recebi, hoje, sexta-feira, 15 de abril, o convite da Primavera Editorial, da Livraria da Vila e do escritor Menalton Braff para o lançamento de seu recente livro O peso da gravata e outros contos. A noite de autógrafos ocorrerá em 26 de abril (terça-feira), das 18h30 às 21h30, na Livraria da Vila - Fradique - na Rua Fradique Coutinho, Nº 915, em São Paulo, capital.             Agradecemos a gentileza e a atenção da editora, da livraria e de Menalton Braff, ex-professor que, em 2000, venceu o Prêmio Jabuti com o livro “À Sombra do Cipreste”. Infelizmente, por compromissos agendados com o trabalho e a universidade não poderemos comparecer ao evento. Mas desejamos sucesso de vendas!

Amálgama das palavras

Ilustrações de Feppa Rodrigues Com fome de palavras busco no mapa circulatório do corpo. Guardei-as coaguladas num vaso, sob o nível da estação plangente. Cada gota de sangue do punhal temporal que penetra nos beirais coisa que nos ofende gravemente. Na vida refloriam palavras quando mortas, pungente aflição que desprende. E sofrer, espora, cada corte de sulcos fundos. Pede alma forte e os profundos cortes na alma não produzem som. Eu magnetizo fractais na minha carne, muitas vezes, caído no tempo e resoluto, as forças do universo neste único doer, de indelével essência pedindo mais música no meu sangue nos anos que me restem, indesejável desarmonia exangue, plasma elementar de fogo e favo. E menos lágrima de desamor terrestre pode ser que decorra em água mansa. Palavras escorregam, turbulentas e saltam libertas da placenta, como ancestrais na sua dor ou dança, de alegria, respira a carena de um

Frenesi e sufoco

POESIA ( Dante Gatto, J.C. Cabral, Max Gatto e Paulo A. Beloni ) Apoio Cultural: Laerte Bueno Júnior, Delegacia da Cultura, Câmara Municipal e Prefeitura de Presidente Prudente 30 Páginas Edição Independente 1979 Presidente Prudente - São Paulo CHAPÉU MEXICANO ( Max Gatto, Paulo Trevisani Júnior e Rubens Shirassu Júnior ) 14 Páginas Edição Independente 1980 Presidente Prudente - São Paulo             Novos tempos, novas batalhas. Surge a imagem romanticamente moderna do poeta panfleta de uma sociedade anônima, em plena “era do sufoco” e do “milagre” via Embratel. Nos palcos, a performance do poeta ator, a exemplo dos integrantes do grupo teatral Sousândrade , de Presidente Prudente. Em 1982, Dante Gatto, Paulo de Jesus e Paulo Trevisani Júnior produzem “Outubro de Homem” que, entre outros recursos de linguagem e visual, incluem móbiles com ilustrações, fotos impressionistas, cordas pendura

Nihil

Pintura de Erwin Bruegger - 2010 Para Friedrich Nietzsche e Rubens Shirassu Júnior À primeira vista... Em primeiro lugar... Antes de mais nada... Acima de tudo... Acima de tudo: nada! Antes de mais nada: tudo! Acima de nada: tudo. Antes de tudo: nada. Em primeiro lugar: nada. Em segundo lugar: tudo. À primeira vista: tudo! Depois de tudo: Nada! Pouco a pouco: muito. Antes de muito: pouco. Menos que pouco, muito pouco Pouco com pouco: muito. Tudo ou nada! Muito ou pouco! Antes de mais nada Nada, nada, nada, nada. Luiz Antonio Carneiro * Poeta e contista de Presidente Prudente - São Paulo

Fora da regra

            Mais que uma manifestação de denúncia, de protesto e, sim, a vontade de viver a plenitude da vida             Os jornais da cidade ainda estavam impregnados do ranço do regime ditatorial e autoritário que incutiu a cultura do medo, direcionada principalmente aos setores da comunicação em geral, da educação, cultura e literatura de Presidente Prudente e do Brasil. E um grupo de jovens que valoriza a boa cultura universal, no contexto, diferenciava-se pelo livre pensar, pois carecia de espaço para expressar as suas inquietações, as suas paranoias e os seus sonhos, em razão do valor elevado da propaganda das poucas publicações impressas, praticamente três jornais e a revista Repercussão de perfis dirigidos às classes dos comerciantes e políticos local, estadual e federal.             Aquele folheto de duas páginas era a arma mais simples e quente para atingir o alvo, fazer chegar ao público sua mensagem. Um pequeno grupo heterogêneo