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Mostrando postagens de maio, 2011

Uma filosofia a marteladas

Ilustração de Rubens Shirassu Júnior  “A natureza do mundo é ser eternamente incompleta e, portanto, puro movimento e transformação” Nem sempre um diploma forma um profissional com talento nas áreas de comunicação ou artes plásticas. Certa vez, assisti a uma entrevista entre Antonio Abujamra e Yumbad Bagul Parral (lembra oriente, mas não significa nada, diz o escritor) que me deixou perplexo, pelo modo de refletir a vida e o mundo. Pelos sulcos profundos de melancolia e sofrimento em volta dos olhos, vivos e seu semblante pequeno e sereno. Às vezes, mais motivado pela experiência do autor que morou debaixo de um viaduto em São Paulo e, corajosamente, se expôs às armadilhas na selva das ruas, com suas criaturas que lutam por um espaço. Pelo que comentou na reportagem com Antonio Abujamra, através da leitura de livros jogados no lixo, aprendeu a olhar os mitos dos trópicos. Em determinada parte, de forma incisiva e categórica, Abujamra diz a Parral de ter a visão romântica na p

Dose dupla de verbete

Rosângela Vieira Rocha, escritora, jornalista e professora de jornalismo na UNB Rosângela Vieira Rocha, autora de Fome de Rosas , virou verbete: seu nome foi incluído na 2ª. Edição, revisada, do Dicionário de Mulheres , organizado pela professora e historiadora Hilda Flores, do Rio Grande do Sul. É um trabalho de peso, em todos os sentidos (contém 800 páginas), e exigiu um grande esforço e dedicação na pesquisa. A autora de Brasília também foi incluída no livro Mulheres , da professora Márcia Wanderley, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dessa obra, que será lançada em junho, faz parte o conto Gardel e o Pagador de Promessas, de Rosângela Vieira Rocha. O livro analisa algumas vertentes da literatura feita por mulheres no Brasil de 1960 a 2010, somando-se 40 anos de luta e arte.

Cobra de vidro

 Ilustração de R.Shirassu Jr.   A serpente morde o rabo movimento do (re)ciclar expressão das camadas baixas, subterrâneas, dentro da caverna, a bolsa arco-íris do pulsar da natureza das espécies ovíparas, signos dos ovos, óvulos encanta olhares flamam, vidrados pelas duas pontas da língua. Tao sombra chinesa, bem,mal, beleza que serpenteia, disfarça o instantâneo das lentes, a mecânica do desejo, em câmera lenta do teu silêncio que precede o bote, e se transforma esfinge. A linha da fronteira se rompeu a espiral do labirinto, da sociedade, vida roda rodando o mundo redonda redunda a serpente e o pensar, dos contos das contas de vidro, a cobra de cores fortes e vivas.

Artigo escolhido por autora de novelas

Logo do Portal blocosonline do Rio de Janeiro  O artigo “A Falta de Memória e Identidade”, de minha autoria, foi escolhido entre as oitos melhores opiniões de 2010, uma enquete realizada entre os leitores do portal Blocosonline, uma revista cultural, editada por Urhacy Faustino e Leila Míccolis, do Rio de Janeiro.   Dentre os selecionados, encontram-se Affonso Romano de Sant´anna, famoso crítico literário e poeta, publicado em outubro de 2010, André Luís Mansur (outubro), Clotilde Tavares (agosto), Jorge Leão (julho), Max Gehringer (dezembro), Nagib Anderáos Neto (março), Roger Samuel (outubro) e o comentário deste cronista, poeta e crítico literário, de Presidente Prudente, São Paulo, publicado em setembro do ano passado. Pelo que demonstram as pesquisas mais de 6.000 visitantes acessam o Blocosonline todos os dias e, tanto Míccolis como Faustino administram 18.000 páginas, com muito afinco, dedicação e, quase sempre, entrando pelas horas de sono e pelo dinheiro da sobrevivência

Sarau canta a evolução humana

“O trabalho solidário no campo, na indústria e no comércio resulta daquela linha tênue que, mais do que “ganhar o pão com o suor do rosto”,   solidariza-nos na manutenção da vida e na evolução humana”. Esta frase sintetiza a ideia do Sarau Solidário, da Associação Prudentina de Escritores (APE) que tem o título “Do campo à cidade; da colheita à industrialização”, que se realizará em 21 de maio, neste sábado, às 19h30, no Centro Cultural Matarazzo, na Vila Marcondes. Estarão se apresentando no sarau: o radialista e poeta Sinésio de Sousa, na locução, Suley Mara, Paula Hanke, Davi Aquino, Carlos Freixo e Luís Amaral, na área de literatura. Em música, a Banda Provisória e Darlam, sendo o cenário todo produzido por Celso Aguiar e a grafitagem por conta de Carol Marcondes. A entrada para o espetáculo será 1 quilo de alimento não perecível, que beneficiará o Hospital Psiquiátrico Allan Kardec da cidade.        Sarau Solidário da Associação Prudentina de Escritores          Do campo à cida

Um olhar na poesia

Tela de René Magritte A poesia acontece como um manifesto primitivo enraizado, a outra face do genoma, elemento clandestino, às vezes sereno, terno, agridoce, ou até amarga fúria, mas oculto dentro de mim. Como uma espécie de educação dos cinco sentidos. É uma experiência do experimentar, que foge às regras da ditadura da estética. Um amálgama intraduzível em ebulição, quem sabe um ectoplasma, porque não cabe no formato da lata bonita do mercado. Sua linguagem explode o limite da carne humana, rasgando a pele que encobre a dor no infinito.  

Poesia e vida em close

Dentro do mundo pós-industrial, líquido e descartável Chacal fez um documento sociológico sobre a geração marginal No próximo dia 14 (sábado) às 20 horas, no auditório Sebastião Jorge Chammé, parte do Centro Cultural Matarazzo, número 749, da Vila Marcondes, o poeta carioca Chacal estará batendo um papo descontraído com os poetas, estudantes e público em geral. O evento é uma parceria entre a Associação Prudentina de Escritores (APE) e Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Presidente Prudente. Ricardo de Carvalho Duarte, o Chacal, completou 61 anos: é que, permanecendo fiel ao espírito jovem, irreverente  e contestador que marcou a sua primeira produção, na década de 70,  época da Nuvem Cigana e da geração mimeógrafo, ele continua escrevendo e vivendo como quem começa, e não como quem conclui um livro ou uma aventura. Antecipando-se ao número redondo e talvez assustador, Chacal lançou, no ano passado, o livro de memórias Uma história à margem , um balanço informal de su

Agenda Matarazzo / maio de 2011

Literatura CLIPP – Concurso Literário de Presidente Prudente Inscrições abertas na Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César até 30 de junho.          Mais informações: Centro Cultural Matarazzo          Rua Quintino Bocaiúva, Nº 749          Fone: (***18) 3226-3399          Vila Marcondes – Zona Leste          Presidente Prudente – São Paulo De 1 a 31, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 20h30 e aos sábados das 8h30 às 12h30, na Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César Autor do Mês: Fernando Sabino Escritor do famoso romance “O Encontro Marcado”, publicado pela primeira vez em 1956, que desde então, tem tido sucessivas e ininterruptas edições (já foi editado mais de 28 vezes). Agrada tanto aos jovens de hoje, como agradou aos jovens que leram a primeira edição, pela consciência da própria existência humana da nossa própria adolescência que transparece no livro. De 1 a 31, de segunda a sexta-feira, às 9h e 14h Dia D... Contação de Histórias - Autor do Mê

E-zine foge do padrão "novidade"

Publicação mineira prioriza literatura e ideias de qualidade O e-zine segue os conhecidos fanzines, que de modo independente, canalizou a fatia mais instigadora, provocante e criativa da literatura brasileira produzida nos anos 80 e 90. Seguindo o perfil do gênero, o e-zine “Chicos”, da editora Cata-Letras, de Cataguases, Minas Gerais, chegou no número 30, em abril último. Seu projeto editorial envolve as questões mais inquietantes sobre o uso da linguagem, como subversão de visões de mundo. É uma publicação incomum, um ovni digital para leitores de beira-de-piscina que, certamente, vão achá-lo “chato” (este adjetivo, aliás, é o máximo de “crítica”, alcançada por essas cabecinhas condicionadas pelos instantâneos da TV). “Chicos” é uma pequena obra-prima do que chamamos “revista de autor”. É insubmisso à tirania do novidadeirismo do cadernos de cultura e entretenimento, de “estilo pop” com o seu rompimento de padrões da estética ao estourar a tipologia, além do exagero nos efeitos